O Ano Aceitável do Senhor: Liberdade!

“... a apregoar o ano aceitável do Senhor...” (Isaias 61.2)

JOFRE GARCIA, PRESBÍTERO 

Imagine…

O amargor da escravidão. A vilania da opressão. A sordidez da injustiça. A torpeza da ganância exacerbada e tirânica. O odor putrefato da corrupção galopante e que estende seus tentáculos nos mais interiores dos estratos sociais.

Imagine um povo dominado pelo senhor promotor desses males, o pecado!

Imagine que você é parte integrante desse povo e está também sob o mesmo jugo, afinal, nos disse o Mestre:

“…todo o que comete pecado é escravo do pecado.” (João 8.34).

Mas…

Repentinamente, maravilhosamente, soberanamente, ouve-se um som…

Um trombeta se escuta.

Um arauto pregoeiro se faz ouvir a plenos pulmões:

– Liberdade! É o Ano Aceitável do Senhor! É o tempo da Graça do nosso DEUS. (Levítico 25.8-9; Isaias 61.2; Lucas 4.19).

E, então, acontece o inimaginável: Todas as algemas destravadas. Todos os grilhões quebrados. Todas as grades abertas. Todos os escravos libertos. Toda a amargura adocicada. Todo ódio vencido. Toda a dor sarada. Toda a lágrima consolada. Todo pecado perdoado.

O ano aceitável do SENHOR, do qual Isaias anunciou como marca do advento do UNGIDO, o MESSIAS de Deus, o CRISTO, contém uma referência ao passado, uma tipologia com o Ano do Jubileu, descrito em Levítico 25.8ss. A Lei determinava: Ao se completar as sete semanas de sete anos haveria um ano especial. Um ano de libertação a todos os cativos. Um ano de perdão de contas impagáveis. Um ano de retorno a sua terra, suas posses. Um ano de reconstrução familiar.

Era o Ano do Jubileu! O ano da liberdade provida pelo SENHOR!

Sim! Porque toda essa fenomenologia da alegre liberdade se tornando uma realidade concreta, não era uma conquista daqueles que estavam cativos. Não se tratava de um “direito adquirido”. Nem tampouco era um fator meritocrático de quem quer que fosse. Ninguém havia tornado possível tal acontecimento por sua própria conquista ou força, mas o SENHOR é que o havia determinado em sua LEI.

Por isso, os arautos com sua as trombetas deveriam apregoar em todo o reino de Israel que o Ano da Graça de Deus chegou. Alegremo-nos, rejubilemo-nos, pois o próprio Deus trabalhou por nós e teve misericórdia de nós nos libertando.

O profeta não contemplou apenas o passado longínquo dos tempos mosaicos, em sua profecia, Isaias projeta seu olhar profético para o futuro e, inspirado pelo Espírito Santo, contempla um novo tempo surgindo. Não mais necessariamente dependente do tempo cronológico humano (49 anos mais 1), porém, um tempo inaugurado pelo MESSIAS, que esmagaria a cabeça da serpente, destruiria o pecado, mataria a morte e libertaria não apenas a nação de Israel histórica e geopoliticamente perceptível, mas, todos os que algemados e acorrentados se encontram escravizados pelo pecado, agrilhoados pelo inimigo, pelo mundo e por sua própria carne.

O tempo do MESSIAS é o tempo da liberdade!

Em Lucas 4.19 o próprio Jesus toma posse dessa profecia dando-lhe pleno cumprimento no verso 21:

“Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir.”

E esta é a essência da mensagem cristã: “Jesus, o CRISTO de Deus é, ele próprio o Ano Aceitável do SENHOR!”.

É n’Ele que os famintos de vida encontram o saciar de sua fome.

É n’Ele que os sedentos de justiça serão fartos.

É n’Ele que os que vivem na escuridão, verão a luz da glória do SENHOR.

É n’Ele que toda lágrima se consola e, toda dor se aplaca.

É n’Ele que toda opressão cessa.

É n’Ele que todo o escravo do pecado é posto em liberdade.

É n’Ele que se realiza a reconciliação do povo com Deus.

É n’Ele que a nossa pobre existência se torna, de fato, VIDA!

Agora, não mais imagine… Pois o Tempo do SENHOR já chegou, e, ele é JESUS!

 

Soli Deo Glória.